S32 - Ep30.11.16
📷: @nicolfai (Instagram)
20 minutos. Foi o tempo que levei para perceber que algo estava diferente. De carona, num Drive-Thru sem fila, carro parado na janela de entrega. Era Manaus e o carro, 1.0 básico. Sem ar condicionado, a temperatura beirava uns 87 graus e nada se movia. Nem uma folha, nem o atendente do suposto serviço expresso, nem eu.
Era só 1 batata frita grande. Loja vazia. Tarde da noite. Ninguém aparecia na janela. 5, 7, 9 minutos. Meu cérebro dizia “caralho, abre a porta, bate na janela e grita DÁ PARA ME ATENDER”, mas meu corpo não reagia. Sabe aqueles sonhos que você tenta gritar, e não sai nem um ai?! Foi assim. 11, 13, 15 minutos “MALDITOS, ninguém precisa de MBA para fritar batata, cadê essa merda”. Minhas mãos pingavam de um suor gelado e o buraco no meu estômago que me levou até ali, agora engoliu a minha alma.
20 minutos. Sentada. Estática. Cataléptica. Sabia onde estava, com quem estava e o que estava fazendo. Mas, a partir daquele momento, deixei de ser quem eu conhecia e me tornei uma completa estranha. Meu corpo ficou de mal com a minha alma, e eu ainda não consegui com que eles fizessem as pazes. Meu cérebro? Um frouxo. Não toma partido, mas toma remédio. Aí o corpo reage. Já o buraco na alma, esse é mais embaixo. Conversas profundas, auto conhecimento, reflexão e pasmem, abraços. É, realmente as coisas estão diferentes. Até a fome passou.

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