S34 - Ep21.11.18

📷: @gio_quasirosso (Instagram)

Tenho 4 novas cicatrizes. Lançamentos 2018/2019 que chegaram para fazer composé com as outras 8. Me acompanham diariamente e só lembro que existem, quando tiro a roupa. E não me envergonham em nenhum nível - afinal, quem as conhece já enfrentou coisa pior. Meu mal humor, por exemplo. Sei exatamente o motivo de cada uma, o dia que nasceram e o autor. Algumas aliviaram dores físicas. Outras, vieram para tentar amenizar meu péssimo relacionamento com o espelho. Funcionou?

Fora essas 12, tenho outras muitas. E são tantas, que nem Kumon me ajudaria. A diferença é que dessas, a maior parte eu não tenho tracking. Não sei bem como e porque existem, já que as cicatrizes que trago aqui dentro, não vejo diariamente. Só as sinto em momentos específicos - inclusive, são esses os momentos que passo a maior parte do tempo evitando. Conflito familiar, um novo relacionamento ou um jeans 44. Não são tratáveis com anti inflamatórios e procedimentos estéticos não melhoram a aparência, mas tenho observado significativa melhora com Análise/Terapia. Escrever também me ajuda bastante. 
Porém, ainda que bem antigos, alguns dos meus machucados não cicatrizam. Sinto todos os sinais de que o band aid vai cair mas seguro a marimba. Fazer piada parece ser a forma que desenvolvi para aliviar a dor. Só que piada repetida perde a graça.

Não se deve abafar o corte, inflama. Não pode engolir (muitos) sapos, dá câncer. Daqui uns dias, a casquinha aparece. Ouvi dizer que casquinha dos machucados da alma se chama maturidade. Ou perdão. Ou era resiliência? Lembrei. Era foda-se. Já já outro band aid cai.

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