E no episódio de hoje...

E como passou rapido - nem percebi, ja tenho 31 e ja eh Natal . E as coisas andam tao corridas, que tenho a sensacao de que se fechar os olhos, quando abrir, ja passou a Pascoa. Deixei a India depois de 1 ano e 8 meses e, desde que cheguei, tenho a impressao que estou de ferias e que, logo logo, volto pra Chennai only . E como as coisas sao - durante esse 1 mes, varias vezes me peguei sentindo falta de la. Dai paro e penso um pouquinho, e percebo que o que eu sinto falta mesmo eh da minha zona de conforto . A India quase me matou, mas eu aprendi a domar o bicho. Sabia onde e como conseguir o que eu queria e o mais importante - conseguia me comunicar. Minha primeira impressao de Hanoi foi "caralho, nao acredito" ( caralho, entonacao positiva ). Cidade limpa (muitos ratos), transito menos pior que a India (muita moto), comida gostosa (em qualquer canto) mas a comunicacao.... zero! Ninguem aqui fala Ingles e esta muito claro que, para eu sobreviver nos proximos...

Lendo um texto da Tati Bernardi   me voltou a vontade de escrever. ( http://www1.folha.uol.com.br/colunas/tatibernardi/2014/08/1504143-viajar-e-impreciso.shtml ). Mentira. Todo os dias eu sinto vontade de escrever - mas todas as vezes que penso em efetivar a acao, meu estomago doi. Colocar num papel (ou num blog) o que faz sentido dentro da minha cabeca eh uma tarefa ardua. Abrir as portas da minha mente para o mundo eh complicado . Mas, admito, me faz muito bem. Discordo da Tati de que viajar seja impreciso. Viajar eh SIM preciso. E como esse bla bla bla de viagem anda bem em alta, nao preciso relatar os beneficios que uma viagem pode te proporcionar . Google it porque com certeza alguem ja escreveu sobre. Em todos os idiomas. Ha alguns anos, eu jogava uma mochila nas costas, um litro de agua, um pacote de pao de forma-queijo-e-presunto e outro de biscoito recheado ( Aldi ), me enfiava num trem lento (e  barato ), num onibus veio (quase de graca),...

De cansada, dormi no sofa assistindo Marley & Eu . Acordei bem na parte que me fez abrir o computador. Um sinal. Ha algumas semanas, tenho pensado muito nela. Talvez seja a epoca - ela foi embora ha exatos 4 anos . Talvez seja a solidao - 1 ano e 1 mes de India e menos amigos que uma mao pode contar. Ou talvez seja somente amor. Baby fez parte da minha vida por longos 9 anos. Me viu na escola, me viu na faculdade. Me viu gorda, me viu menos gorda. Me viu feliz, me viu triste - e, quando isso acontecia, deitava do meu lado, quietinha, como quem queria dizer "segura a perereca que eu to contigo". Me viu chegar sobria, me viu bebada. Me viu chegando de onibus e, como um mecanico, conhecia o barulho do motor do carro quando ainda estava na esquina. Nao sei como o coracao dela resistia a cada vez que o portao da garagem abria - era tanta emocao que ela fazia "xixi nas calcas". Era amor. Nao importava a hora. 4pm ou 4am. La estava ela, no topo da escada...