S30 - Ep22.08.14
Lendo um texto da Tati Bernardi me voltou a vontade de escrever.(http://www1.folha.uol.com.br/colunas/tatibernardi/2014/08/1504143-viajar-e-impreciso.shtml).Mentira. Todo os dias eu sinto vontade de escrever - mas todas as vezes que penso em efetivar a acao, meu estomago doi. Colocar num papel (ou num blog) o que faz sentido dentro da minha cabeca eh uma tarefa ardua. Abrir as portas da minha mente para o mundo eh complicado. Mas, admito, me faz muito bem.
Discordo da Tati de que viajar seja impreciso. Viajar eh SIM preciso. E como esse bla bla bla de viagem anda bem em alta, nao preciso relatar os beneficios que uma viagem pode te proporcionar. Google it porque com certeza alguem ja escreveu sobre. Em todos os idiomas.
Ha alguns anos, eu jogava uma mochila nas costas, um litro
de agua, um pacote de pao de forma-queijo-e-presunto e outro de biscoito recheado (Aldi), me
enfiava num trem lento (e barato), num onibus veio (quase de graca), dormia
na casa dos outros (couchsurfing) e, se nao desse pra tomar banho, reforcava o
desodorante e bola pra frente. Naquele momento, eu queria desbravar o mundo - custando o que custasse (sempre pouco, ja que a lisura era de praxe). E o fiz. A custa de muitas noites sem dormir (os transportes baratos eram sempre no meio da noite), muitas cervejas sem tomar (era farra ou viagem) e todas as fotos no frio com o mesmo casaco (se meu casaco preto tivesse passaporte, acho que teria mais carimbos do que o meu). Conheci gente boa, gente ruim. Me conheci. Morri de medo. Me enchi de orgulho. Adoeci de formas nunca-antes-vista-na-tv-brasileira. E fiquei forte, como nunca pensei que seria.
Hoje em dia to veia (cricri), minhas prioridades mudaram (algumas!), minhas necessidades aumentaram (junto com o meu salario). Ja nao aceito sair da minha casa para passar perrengue. Tenho que ter reserva em hotel, cama, banheiro limpo e cafe da manha. Continuo gostando de historia, monumentos, aquilo tudo que a gente lia nos livros da escola - mas nao
abro mao de visitar aquele cafe (meio carinho) que eu achei bem bonitinho.
Ha algumas semanas atras, minha vida profissional estava em estado de alerta. Incertezas por todos os lados. E todo mundo fazendo planos, elaborando estrategias. Dai, como a de virar hippie ja deu, lancei a minha: "mochila nas costas, 2 meses rodando a Asia e volto pro Brasil". Nesse meio tempo, fiz uma viagem pelo Rajastao. 1 semana. De ferias. E voltei A-C-A-B-A-D-A. Como eh que eu tinha tanta energia para carregar um container nas costas, rodar o mundo com aquela bota surrada e, no final do dia, dormir no sofa da casa de estranhos? Ahhh juventude, vida louca, coisa boa...
O tempo passou. Eu mudei. Eu me mudei. E ja estou empacotando para mudar denovo. Comecar do zero, procurar casa, fazer novos amigos. Tudo me fascina - os destinos mudam, mas o frio na barriga eh o mesmo. Eh um choro de tristeza e alegria, ao mesmo tempo. Deixo um pouquinho de mim e carrego um montao dos lugares onde estive - por isso estou sempre pagando excesso de bagagem. Se eu vou parar? Sim - so nao sei quando. Nem onde.
Where,r u going my friend?
ResponderExcluirVale
Vale I'm moving to Hanoi =)
ExcluirTata, no dia em que voce construir uma familia nao se sabe onde voce para com as andanças, ou, no dia que voce sentir muitas e muitas saudades da familia, dai voce volta pro Brasil..... porem.... o mais importante é que voce seja e esteja feliz no lugar que voce escolher estar e.... no dia que se cansar de tudo isso estarei de braços abertos te esperando no "De volta pra minha terra" Te amo MUITO!!!
ResponderExcluirSempre terei um lugarzinho no pe da sua cama.... essa eu nao esqueco nunca, mamy <3
ExcluirÉ por isso que disse pra minha mãe que quando fizer 18 anos vou começar a pagar o INSS, pra me aposentar logo e viajar igual você :p
ResponderExcluirhahaha e haja INSS :)
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