S29 - Ep13.05.13
Sentada aqui no sofa, me lembro
do frango, que deixei descongelando ha aproximadamente 5 horas la na pia. Em um
flash, tudo que precisa ser feito me vem a mente – lavar com vinagre e limao,
cortar alho, temperar, lavar os pote, decidir quantos congelo e quantos ficam
na geladeira, lavar tudo denovo, ficar com a mao fedendo uns 2 dias. 30 minutos
eh o que irei perder. Mais uns 30 que levarei para tomar banho e me ajeitar para
dormir, ja se foram 1h. E ja sao 22:49. O mesmo flash volta e me diz para deixar
pra la, que amanha eu acordo mais cedo (mentira!) e resolvo tudo antes de ir
trabalhar (mentira). E vai, almocar sanduiche de queijo com cenoura nem eh
assim tao ruim (mentira mentira mentira).
Bem verdade mesmo que a segunda
opcao facilmente seria escolhida se eu ainda morasse no Brasil. E nao, eu nao
era mais preguicosa la – eu ainda sou. O problema eh que, ser preguicosa aqui,
significa passar fome ou comer comida Indiana. E comer comida Indiana, para
mim, significa 3 dias de diarreia, soro caseiro e hospital.
Ja morava sozinha ha 2 anos, e
nunca na historia da minha vida, sai do trabalho pensando no cardapio de
amanha. Se ainda tem frango e batata suficiente. Se ½ kg de feijao vai caber
nos potinhos. E se os potinhos irao caber no meu mini-freezer. Como farei para
reaproveitar aquele arroz que perdi a mao e fiz para 47 pessoas. Dai, quero
esquecer de tudo e pedir pizza. Mas nao posso – pois moro em um pais onde
grande parte da populacao passa fome e eu, na alto da minha futilidade (sera? Isso
eu preciso escrever em outro post), nao paro um segundo de me preocupar com meu
peso.
Lembro de quando morava com a
minha mae, dos domingos preguicosos que por mim, passariam numa boa com pao
frances e manteiga, e que para ela, significavam “nao, rapidinho eu faco uma
carne assada com macarrao e feijao preto”. E era isso, necessidade. Porque
minha mae sabia que, se ela nao fizesse, ninguem mais faria, ja que a empregada
so iria aparecer (se aparecesse), na segunda de manha.
Atualmente, me pego celebrando
ter aprendido a usar a panela de pressao. A chegar no mercado, e ir direto na
coisa que eu quero sem ficar sapateando na sessao de biscoitos (de novo, o
peso!). A olhar sites de receita para descobrir o que fazer com o tofu, que
comprei errado pensando ser cottage. E a planejar um jantar, com toda
responsabilidade que um escondidinho de legumes representa para a patria amada
Brasil.
Assim, minhas respostas para “mas
meu Deus, ela ficou gravida, como eh que ela vai cuidar daquele menino”, “mas espera,
como eh que eu vou fazer esse relatorio” ou “putz, ele me pegou na mentira e
agora o que eu faco” sao facilmente respondidas. Relaxa, voce so precisa
precisar.
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